É de comboio que mais gosto de viajar. Por isso tem sido com grande desalento que vou assistindo ao abandono da ferrovia em Portugal. Na última década o país entrou no ciclo vicioso da “falta de dinheiro” (falta de passageiros – falta de investimento – falta de manutenção) que levou à desclassificação de algumas linhas e troços da rede ferroviária nacional.
O comboio que ia desassossegando e dando vida às aldeias por onde passava, deixou de passar e na maior parte dos casos a infra-estrutura foi abandonada e foi-se degradando.
Como é cada vez mais difícil viajar de comboio em Portugal, desenvolvi uma pequena obsessão por estações de comboio abandonadas e faço sempre desvios para visitá-las quando ando nas minhas andanças, principalmente pelo interior do país.
Invariavelmente encontramos janelas partidas, paredes pintadas com graffitis e madeiras empenadas que não passam despercebidas a ninguém. Moradores e forasteiros ao passar por ali não podem deixar de relembrar ou imaginar como seria esperar pelo comboio antes da espera se tornar eterna.
Mas há qualquer coisa de poético nestas estruturas esqueléticas, um vislumbre do antigamente ao qual não consigo resistir.
Arraiolos (Ramal de Mora)
Montemor-o-Novo (Ramal de Montemor)
Azaruja (Linha de Évora)
Barca D’Alva (Linha do Douro)
Almendra (Linha do Douro)
Pocinho (Linha do Douro / Linha do Sabor)
Freixo de Espada-a-Cinta (Linha do Sabor)
Carviçais (Linha do Sabor)
São Lourenço (Linha do Tua)
Ribeirinha (Linha do Tua)
Abreiro (Linha do Tua)
Vila Real (Linha do Corgo)
Carrazedo (Linha do Corgo)
Benespera (Linha da Beira-Baixa)
Nota: Depois de 10 anos de interrupção a Linha da Beira-Baixa está neste momento (2018) a ser modernizada entre Covilhã e Guarda, onde se inclui o apeadeiro de Benespera.
Excelente!
Gostei não de conhecer as estações mas também das suas envolvências.
(não só de…)